História


360 famílias em luta por moradia em SE


A ocupação de moradores novo amanhecer é resultado de uma ação de despejo, proveniente de decisão judicial. No dia 21 de março de 2013 o despejo ocorreu sem respeito aos direitos dos ocupantes de casas construídas com verba do governo federal. A prefeitura de Aracaju, em outubro de 2012, era dirigida pelo PCdoB. O prefeito Edvaldo Nogueira estabeleceu o critério de sorteio para entregar unidades as habitacionais construídas.


Diante da situação de abandono que se encontravam as casas no 17 de março, bairro situado na zona sul da cidade, também conhecida como zona de expansão, cerca de 800 famílias desprovidas de casa própria resolveram ocupar estas residências. Seis meses depois, essas famílias foram despejadas, sob o pretexto de que tais unidades seriam distribuídas a população mediante sorteio realizado pela Prefeitura. Tal sorteio foi realizado com inúmeras irregularidades, que vão desde a forma de de divulgação até o fato de o sorteio ter sido realizado no dia 31 de dezembro, dentre convidados pre-selecionados pela prefeitura.

Após o despejo, os moradores começaram a ocupar uma praça nas proximidades das casas. Um movimento inicialmente acompanhado por uma liderança vinculada ao mandato do Deputado Estadual João Daniel (PT/SE), se caracterizou pela ausência de fóruns democráticos, falta de transparência quanto as informações e constituição de uma única líder vinculada a este mandato que não estava na ocupação e portanto não acompanhava cotidianamente a vida das famílias que se aglomeravam a cada dia movidas pelo sonho da casa própria.

Diante de tais contradições, cansados da falta de informações e do método antidemocrático uma comissão de moradores procurou militantes do PSol - Partido Socialismo e Liberdade - para acompanhar a ocupação. Os militantes desta organização passaram a acompanhar cotidianamente a ocupação, propondo assembleias noturnas, assessoria jurídica, comissões de organização e de apoio, com intuito de garantir a autonomia dos moradores em sua luta, o que resultou na organização de creches, cozinha coletiva, oficinas culturais dentre outras ações relacionadas a resistência diária de um povo que a cada dia aprende que ter moradia não deve ser um privilégio mas um direito que deve ser conquistado, mesmo que em lei ele já esteja  garantido.

Na data desta postagem estamos a mais de um mês de ocupação. Enfrentamos a cada dia novos desafios. Aprendemos em um clima de ameaças que a degeneração do PT e do MST ganha contornos criminosos no Estado, que se valem dos benefícios concedidos pelos programas Federais para subverter princípios históricos da luta popular.

Em que pese todas essas dificuldades, a ocupação realizou dois grandes atos públicos em defesa da moradia, e arrancou a atenção da imprensa, da Câmara de Vereadores e conquistou uma visita de 8 parlamentares num cenário de constantes denúncias públicas do descaso do poder público ao sofrimento desta população. Com o período de chuvas a situação da ocupação passou a enfrentar grandes obstáculos, marcados pelo sofrimento de crianças, muitas delas recém nascidas que padecem da profunda privação de direitos humanos básicos e fundamentais como a saúde, a moradia, a alimentação e a educação. Enfim... uma realidade marcada pela ausência de dignidade humana.

Resta-nos a certeza da continuidade na luta e a esperança de que esta triste realidade desperte a solidariedade e a força social necessária à vitória do movimento. Participe deste movimento! Faça contato conosco pelo e-mail ocupa17demarco@gmail.com e envie moções de apoio ao movimento ou de repúdio à indiferença estatal cometida pelo Prefeito João Alves Filho (DEM/SE).

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